quarta-feira, 27 de março de 2013

alone


Ela vivia sozinha, sozinha num mundo onde ninguém a conseguia compreender.
Sozinha não de pessoas, cheia delas, cheia de supostas pessoas que poderiam partilhar o mesmo céu, mas vidas e pensamentos completamente diferentes daqueles que ela sabia que não encaixavam em todo aquele puzzle que não fazia sentido se não fosse acabado.
Tudo o que ela tinha de repente desaparecia como um tapete mágico, que a atirava ao chão...
Ela tentava apanhar todos os cacos partidos do coração, da alma, mas estava tudo partido.
Faltava alguma peça, faltava a força para conseguir sair do chão e levantar a alma o mais alto que conseguisse.
Ela ia conseguir de alguma forma, de alguma forma alguma coisa tinha de dar certo, podia não ser naquele exacto momento, mas acreditar era a melhor força que podia arranjar.
Sair do chão era a prioridade, mas, acabar o puzzle também...
A decisão era difícil, mas primeiro levantar e depois fazer o melhor possível.
Pensou ela que chorar, estar no chão, não ter força, pensar em desistir teria de deixar tudo isso para trás e lutar, sair, levantar, viver e amar!
Amar algo, alguém, quem quisesse mesmo que ninguém soubesse, mesmo que ninguém imagina-se.
Aquele teria de ser o mundo dela, o mundo de vida.

Luísa Catarina


terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

a nossa história


Já não me lembro qual foi a última palavra que te disse...
Sinto-me mal por tal coisa mas onde quer que estejas eu quero-te dizer obrigada por teres existido, eu não existia se não tivesses existido, tu fazes parte da minha história, sempre farás mesmo já não estando aqui comigo a um passo de as pessoas te dizer: "Olhe a sua bisneta mais velha".
Tenho orgulho de ser chamada assim e sempre serei e sempre terei tal orgulho.
Foi com 18 anos que te perdi, mas são tantos mais anos da minha vida que te vou agradecer, porque através de ti eu consegui estar aqui...
Partis-te e deixas-te uma tristeza em várias pessoas, aquelas que vão sentir a tua falta e não o dizem a ninguém como eu, sabes nunca te disse, mas costumo escrever quando não consigo dizer, talvez seja um defeito mas eu ainda o considero como qualidade porque assim há uma forma de ainda saberes AÍ que eu gosto de ti e que vou sentir a tua falta.
Obrigada, obrigada por todos os teus olhares que não foram preciso falar para sentir.
A tua falta de memória não te fez esquecer das pessoas que mais gostavas e eu sei que mesmo que não conseguisses dizer o nome delas tu sabias que elas te amavam e que iam sentir a tua falta quando voasses.
Quem me dera ter conseguido adivinhar e te ter dito que eras importante para mim e que gostava mais de ti que as pessoas pensavam.
Sabes lembro-me de chegar a tua casa quando era pequenina e ver-te cá fora a beira da porta sentada e eu pegar na vassoura que estava ao teu lado e começar a varrer a tua casa como se nada fosse, mas sabes isso parece insignificante mas eu gosto!
Desculpa não conseguir ir-te dizer adeus pela última vez mas eu não consigo, como não consegui fazer isso a ninguém, tenho medo de não suportar isso, desculpa...
Obrigada para sempre <3